175.

Custa-me acreditar na impossibilidade do amor. Ninguém neste mundo é de tal modo escorregadio por dentro que não mereça amor que se agarre aos seus limbos e que cresça, como flores, na sua alma.

174.

As pessoas também partem. As pessoas também partem. As pessoas também partem. As pessoas também partem. As pessoas também partem. As pessoas também partem. As pessoas também partem. As pessoas também partem. As pessoas também partem. As pessoas também partem. As pessoas também partem. As pessoas também partem.
Em mais pedaços que os copos de vidro.

173.

Não merecias receber uma carta de amor hoje.

172.

Lisboa em dias de chuva.

171.

A imagem do meu pai está irrevogavelmente associada às tardes compostas pelas três partes essenciais da sua vida: um bom livro de poemas, Piaf no volume de certo e pão com chouriço ainda quente.

170.

A solidão tem um travo amargo que faz com que seja sempre difícil de engolir da primeira vez - depois as noites sucedem-se, os ossos deixam de sentir frio e não sei, já nunca sei se estou a beber água.

169.

"O que me mata, mais que o tabaco, é a vida. Os meus pulmões gastam-se é com ela."
(por mim passava dias sem dizer nada, só a ouvir os outros falarem e a soarem a poesia.)

168.

«O senhor é tudo quanto me tem valido na minha doença e eu estou-lhe agradecida sem que o senhor o saiba. Eu nunca poderia ter ninguém que gostasse de mim como se gostasse das pessoas que têm o corpo de que se pode gostar, mas eu tenho o direito de gostar sem que gostem de mim, e também tenho o direito de chorar, que não se negue a ninguém.»
Carta da corcunda para o serralheiro, Fernando Pessoa.

167.

A sonoridade do teu nome cheira a flores.

166.

Dos postais que a inês recebe às sextas de manhã:

«Gosto de ti por nenhuma razão em particular, mas sei que vou ter saudades tuas.»

165.

Óh lis, estás tão presente neste dias que se torna sufocante a falta que me fazes.

164.

E continuo sem entender
porque tenho de ver os meus sofrer tanto

163.

das antiguidades
«I'm Inês, I live in Portugal and I'm 14 years old. And none of this matters. What matters is that I tried to memorize Shakespeare's plays by the age of 12 and I like german a lot and I get injured very easily. I like turtles and I'm still trying to figure out why, but if I had one I knew I would call her Tristessa and then spend time explaining everyone that she's called Tristessa because I enjoyed a book by Jack Kerouac with that name. I don't know where I'm going. And sometimes I'm happy that I don't.»

162.

Dos postais que a Inês recebe às sextas de manhã:
«Gosto de ti porque estás comigo nos dias de Sol e não me deixas pegar-te ao colo.»